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Foto do escritorJuliana Rosado

Autocompaixão: a virtude para fortalecer a saúde emocional e os relacionamentos.

A autocompaixão envolve ser cuidadoso e solidário com nós mesmos, para que possamos nos dar o que realmente precisamos para sermos felizes.


Autocompaixão e saúde emocional


A pergunta que representa a autocompaixão é “O que eu preciso agora?” e mais especificamente: “O que eu preciso para ajudar a aliviar meu sofrimento?”


A resposta a esta pergunta muda dependendo das circunstâncias. Às vezes, o que precisamos é nos aceitar em toda a nossa imperfeição humana, amar a nós mesmos como somos no momento. Mas isso não significa que queremos necessariamente permanecer como estamos no momento.


Se um tigre está correndo em sua direção, não é hora de autoaceitação, é hora de ação.

A maioria das pessoas pensa na autocompaixão com um significado distorcido: como se fosse o ato de ser complacente e "passar a mão na cabeça".


No entanto, a autocompaixão pode ser gentil e suave, E também pode ser feroz, protetora e ativa. Metaforicamente, a autocompaixão terna e feroz correspondem às energias yin e yang descritas na antiga filosofia chinesa. Ambas precisam estar em equilíbrio para a saúde e o bem-estar.


  • A autocompaixão terna (ternura) envolve “estar conosco” de uma maneira receptiva: confortando-nos, assegurando que não estamos sozinhos e estando presente e acolhendo a nossa dor. Na ternura, precisamos dizer sim a nós mesmos, fazer o que é necessário para nos cuidarmos, cultivando a resiliência e confiança em nós mesmos; em vez de subordinar nossas necessidades às dos outros.

  • A autocompaixão feroz (ação) envolve “agir no mundo” para aliviar o sofrimento. É proteger, nutrir e motivar a nós mesmos. Às vezes, precisamos nos erguer e dizer não, traçar limites ou lutar contra a injustiça. E se estamos presos a uma situação ruim ou a hábitos prejudiciais, isso significa fazer algo diferente. Não porque sejamos inaceitáveis ​​como somos, mas porque nos importamos. Porque sabemos que podemos mais.


Se a terna autocompaixão é como um pai acalmando seu filho que chora;

a autocompaixão feroz é como a mãe ursa que ferozmente protege seus filhotes quando ameaçados, pesca peixes para alimentá-los ou os leva para um novo território com melhores recursos.


Assim como a energia da ternura pode ser voltada para dentro, para que nos alimentemos e cuidemos de nós mesmos, a energia feroz também pode ser para dentro com o objetivo de nos defendermos. O essencial é que, assim como o yin e o yang, essas duas faces da autocompaixão sejam equilibradas e integradas para que possamos ser inteiros. Quando ambas estão presentes, cria-se uma força de cuidado que pode ser usada para transformar a nós mesmos e ao mundo ao nosso redor.

Autocompaixão nas relações


Quando aprendemos a cuidar de nós mesmos, podemos perceber uma falta de doação equilibrada em nossos relacionamentos. O dar e receber recíproco é necessário para que um relacionamento seja verdadeiramente saudável e estável, mas desequilíbrios ocorrem frequentemente. E isso deixa a questão - e nossos parceiros de relacionamento? Também não queremos que eles sejam atenciosos, solidários e atendam às nossas necessidades?


Precisamos da autocompaixão feroz e da ternura para lidar com desequilíbrios de relacionamento.


  • O lado terno, carinhoso e receptivo da autocompaixão nos permite perceber que nosso valor não depende do amor ou apoio dos outros. Também nos ajuda a suportar a dor e a tristeza de não sermos tratados como merecemos ser tratados, ou de ter um parceiro de relacionamento que não é capaz de realmente estar ao nosso lado. E isso porque cultivamos o autocuidado e sabemos que estamos lá para nós mesmos.

  • O lado feroz, protetor da autocompaixão, também é imperativo para que possamos comunicar as nossas necessidades e traçar limites claros. Se estamos dando mais do que recebendo, podemos ser corajosos o suficiente para falar sobre o desequilíbrio? Podemos pedir o que precisamos de maneira bondosa? Podemos dizer não ao doar de maneira desequilibrada, mesmo que esse seja o padrão com o qual estamos mais familiarizados?

É claro que a autocompaixão não é um pó mágico que espalhamos nos relacionamentos para fazer todos os nossos problemas desaparecerem. Nossos parceiros podem não gostar se falarmos. Ou eles podem não estar fortalecidos emocionalmente para doar de maneira equilibrada.


Os relacionamentos podem ser confusos e complicados, e é por isso que a compaixão precisa fluir para fora, bem como para dentro de nós mesmos, de maneira equilibrada. Somos todos apenas seres humanos fazendo o melhor que podemos no momento.


Em última análise, sabedoria e autoconhecimento são necessários para determinar como, quando e onde traçar limites, pedir o que precisamos, melhorar nossas interações de relacionamento ou talvez até mesmo acabar com parcerias prejudiciais. Mas a sabedoria não pode surgir sem a força interior, sem a gentileza, o calor e a estabilidade oferecidos pela autocompaixão.






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